A Thaumetophoea pityocampa, vulgarmente conhecida como Lagarta do Pinheiro ou processionária.

É uma espécie mediterrânea que se encontra por toda a Península Ibérica, principalmente em Portugal, devido á presença dos pinheiros nas nossas zonas florestais. Esta lagarta para além de ser conhecida por ser uma praga devastadora para o pinheiro, pode causar graves problemas para a saúde pública (seres humanos) e para os nossos animais de estimação. Dependendo da zona e do seu clima, a intoxicação por contacto com as processionárias ocorre principalmente entre Janeiro e Abril.

Em particular, os cães, e em especial os mais jovens, devido à sua enorme curiosidade sobre tudo o que os rodeia, estão constantemente a farejar e a cheirar tudo o que vêem. Tornando-se assim as principais vítimas de espécies animais possuidoras de propriedades tóxicas como insectos, cobras, e processionárias.

As lagartas apresentam um aparelho defensivo, perante os predadores naturais, libertando milhares de pêlos que se dispersam no ambiente. Estes pêlos portadores de uma haloproteina, quando em contacto com a pele e mucosas (olhos; boca), desencadeiam uma reacção alérgica local nesse animal. Por este motivo, cães e gatos, quando chegam ao consultório Veterinário com esta enfermidade apresentam um quadro alérgico extremamente exuberante. 

Se foi passear para zonas de risco, fique atento ao aparecimento dos primeiros sintomas: Edema da face (Focinho inchado); Intenso prurido (comichão) na face; Disfagia (dificuldade em deglutir) e/ou Dificuldade na apreensão dos alimentos; salivação excessiva; Apatia/prostração; Falta de apetite; Vómito. 

Os sinais clínicos e as lesões desta doença são variáveis e têm um carácter evolutivo. A língua costuma ser o órgão mais afetado, aumenta de volume, torna-se azulada e com a evolução surgem áreas de necrose, podendo ocorrer perda dos tecidos envolvidos num período de 5 a 6 dias.

Quando em contacto com os olhos, o animal pode apresentar edema da córnea, prurido ocular, conjuntivite e úlcera da córnea. Alertamos também o proprietário a ter cuidado no manuseamento do seu animal quando suspeitar desta enfermidade, pois pode vir a apresentar um intenso prurido nas mãos e braços como consequência da sua manipulação.
Caso o animal apresente alguns dos sintomas descritos leve-o imediatamente à sua clínica veterinária. É importante que seja tratado o mais cedo possível porque a evolução da doença depende da precocidade com que o tratamento é instituído.